As seis semanas de Liz Truss à frente do Reino Unido foram marcadas por instabilidades provocadas por uma crise financeira na região, ampliada após o anúncio de um plano de crescimento assim que a primeira-ministra assumiu o posto ocupado por Boris Johnson.
Quando chegou à Downing Street, Liz Truss defendeu uma proposta de cortar impostos para cidadãos e empresas como forma de impulsionar a economia britânica, mas o mercado reagiu negativamente às intenções da política conservadora e a libra acabou despencando.
Pode parecer estranho investidores reagirem negativamente à redução de impostos, mas especialistas explicam que isso ocorreu por dois motivos: o risco fiscal e a queda de braço contra a luta pelo controle da inflação.
Truss pretendia reduzir a taxa máxima de imposto de renda de 45% para 40%, além de reduções de taxas para a compra de casas e o cancelamento de um aumento planejado nos impostos empresariais, que estava definido pelo governo anterior para passar de 19% para 25%. Com esses cortes, o Tesouro do Reino perderia 45 bilhões de libras (cerca de R$ 263 bilhões) das receitas do governo nos próximos cinco anos.
Além do risco fiscal britânico com a perda bilionária pelo corte de impostos, o fato de Truss não priorizar a inflação foi outro motivo que explica sua queda, segundo o economista Igor Lucena.
Liz Truss renunciou seis dias após a queda de seu chanceler, não aguentando à pressão do Partido Conservador, do Parlamento e da opinião pública. Ela teve o mandato mais curto de um primeiro-ministro na história do país, exercendo o cargo por seis semanas.
Fonte: Cnnbrasil.com