Notícia
Salário mínimo ideal para garantir o básico nos lares seria de R$ 5,4 mil 08/09/2021

salário mínimo de 2022 deve ser de R$ 1.169, segundo proposta orçamentária anunciada pelo governo federal nesta terça-feira (31). O reajuste de R$ 69 (6,27%) é inferior à inflação projetada para o ano, que é de 7,46%.

 

E bem distante do necessário para garantir a sobrevivência da família brasileira com dignidade, que seria de R$ 5,4 mil, segundo a economista Patrícia Costa, supervisora de pesquisas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

 

Para ela, o novo piso nacional, se aprovado, ampliará a diferença entre o piso real, no caso R$ 1.100 em vigor e de R$ 1.169 (previsto para o ano que vem) e o necessário para a sobrevivência do brasileiro "com dignidade respeitando os preceitos da Constituição Federal".

 

Para chegar ao piso salarial necessário, o Dieese considera a cesta básica mais cara de 17 capitais e as necessidades básicas de uma família com dois adultos e duas crianças, conforma estabelece a Constituição Federal.

 

Entre elas, alimentação, educação, moradia, saúde e transporte.

 

 

 

 

A desvalorização do salário mínimo vem ocorrendo ano a ano. Porém, desde 2019, o piso nacional passou a ser corrigido apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a fim de preservação do poder de compra do mínimo.

 

A decisão, no entanto, não traz ganho real à remuneração dos profissionais. Com a correção sendo feita apenas pela inflação, o salário mínimo fica cada vez mais distante do valor necessário para a sobrevivência das famílias.

 

Situação do país é triste e crítica, aponta economista

 

Patrícia fala que as políticas sociais adotadas pelo governo - auxílio emergencial, vale gás, entre outros - amenizam a situação crítica que vivem muitas famílias de forma momentânea.

 

"Uma política social boa torna o cidadão apto para exercer um trabalho digno e com remuneração suficiente participar consumir junto com toda a sociedade", diz.

 

A pesquisadora lembra que para as famílias de baixa renda a maior parte da sua remuneração é direcionada à alimentação, que vem ficando cada vez mais cara no nosso país.

 

No ano passado, os alimentos subiram 18% contra uma inflação de 4,5%, segundo André Braz, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do FGV-IBRE (Instituto Brasileiro de Economia).

 

O economista lembra que já há uma defasagem de outros reajustes da remuneração base porque não olharam para o item de maior necessidade dessas famílias: os alimentos.

 

 

Patrícia lamenta o momento atual e o fato de muitas famílias estarem passando fome e morando nas ruas por não conseguir manter o pagamento do aluguel.

 

"Soube que a Praça da Sé [na região central da capital de São Paulo, considerada o marco zero do município] está lotada de pessoas morando por lá. A situação da cidade está muito triste", lamenta a economista.

 

Para ela a situação mais crítica é a fome enfrentada pela população por causa da elevada inflação que vem atingindo os alimentos.

 

 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam alta de 34,3% no valor das carnes. Um dos motivos é o aumento das exportações da proteína animal por causa da valorização do dólar.

 

Juliana Inhasz, professora de economia do Insper, também fala sobre o impacto do reajuste na vida de uma família que vive com o salário mínimo.

 

 

Ela cita o exemplo de um trabalhador que ganhava R$ 1.100 em janeiro de 2021 e consumia todo esse rendimento, considerando que a maior parte da sua cesta de consumo vai para alimentação.

 

Ao receber R$ 1.169 a partir de janeiro do ano que vem, ou seja, um aumento de 6,27%, ele terá um reajuste inferior à inflação projetada para o ano, que é de 7,46%.

 

 

Com isso, numa cesta de bens que ele pagava R$ 1.100 no ano passado, no início de 2022 ele estará pagando R$ 1.182, ou seja, ele terá de diminuir o seu consumo para conseguir manter o orçamento da família.

 

Veja dicas para economizar no supermercado em meio à pandemia

 

 

 

Entre os diversos desafios enfrentados na pandemia do coronavírus, ir ao supermercado é uma das tarefas mais importantes. Apesar de o isolamento social, é preciso comprar produtos essenciais: alimentos, produtos de limpeza, higiene etc. Com o orçamento muitas vezes apertado, as idas frequentes ao mercado e sem planejamento podem ameaçar sua saúde financeira.

 

A pedido do R7, a educadora financeira Teresa Tayra elencou algumas dicas para economizar.

 

Acompanhem as dicas da educadora financeira Teresa Tayra:

 

1 - Cuidado com os perecíveis: com o intuito de ir menos vezes ao supermercado, muitas pessoas acabam comprando produtos em maior quantidade. Fique atento aos itens perecíveis e confira o prazo de validade antes de colocá-los no carrinho. Também organize o cardápio para utilizá-los dentro do prazo e não acabarem indo para o lixo.

 

 

2 - Seja o chef da cozinha: uma das sugestões de Teresa é fazer suas próprias receitas. Observe se está comprando muita comida pronta e encarecendo o valor das refeições. Compre os ingredientes e faça suas próprias receitas. A medida gera mais economia e você desenvolve outro talento.

 

 

3 - Faça lista de compras: não saia de casa sem uma lista de compras e com a estimativa de quanto pretende gastar — aquele valor que você sabe que cabe no orçamento. Sair sem planejamento e pagar os gastos com o cartão de crédito é a combinação perfeita para estourar as contas do mês.

 

 

4 - Prioridade no caixa: priorize os produtos que são essenciais para a casa ao colocar os itens na esteira do caixa e vá acompanhando o valor da compra no visor da máquina registradora. Assim, caso tenha que deixar algo para trás, saberá que os itens mais importantes estão garantidos.

 

 

5 - Apoie os pequenos negócios: com toda  crise gerada pela pandemia do coronavírus, se for possível e couber na sua realidade, compre do pequeno negócio. É um ato importante e que pode salvar muitas empresas e empregos.

 

 

 

 

Fonte: R7.com